Belas Obras: 5 Discos para se apaixonar por David Bowie

Belas Obras: 5 Discos para se apaixonar por David Bowie

David Bowie foi um dos artistas mais completos e inovadores que o mundo da música já teve. Conhecido como camaleão do rock, o músico transitou com segurança por diferentes gêneros musicais, sempre explorando ao máximo cada um deles. Com uma extensa e diversificada discografia, Bowie conseguiu fazer história no mundo da música, lançando álbuns que se tornaram clássicos absolutos do rock e da cultura pop. Listamos cinco discos (uma tarefa bem difícil, diga-se de passagem) para você se apaixonar por David Bowie e mergulhar em seu universo encantador e mágico.

Hunky Dory (1971)

Imagem: Reprodução \ RCA

Hunky Dory é um dos trabalhos mais importantes na carreira de Bowie. É o primeiro lançamento pela RCA, gravadora que cuidaria dos próximos trabalhos do cantor, além de ser o primeiro disco a reunir todos os integrantes da banda que viria a ser conhecida como Spiders from Mars. Musicalmente, Hunky Dory tem uma abordagem mais pop e se distancia do hard rock apresentado em seu antecessor. Com melodias mais acessíveis e cativantes, o álbum recebeu críticas positivas e a faixa Changes, um dos singles do disco, se tornou um dos sucessos de Bowie e uma queridinha entre os fãs.

Nas faixas Song for Bob Dylan, Andy Warhol e Queen Bitch, Bowie aproveita para homenagear suas influências. O cantor também dedicou uma música para seu filho. A canção Kooks é dedicada a Zowie Bowie, legalmente chamado Duncan Zowie Haywood Jones. A obra ainda conta com a música Life on Mars?, outro single de sucesso na carreira do músico. Hunky Dory é um disco chave no início de carreira de David Bowie.

The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars (1972)

Imagem: Reprodução \ RCA

Em The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars, Bowie foi ousado e criativo. O álbum conta a história de Ziggy Star, um alienígena que vem para nos avisar que a Terra vai chegar ao seu fim em cinco anos, devido ao esgotamento de recursos naturais. Ziggy quer salvar a humanidade se tornando um rockstar, mas acaba entrando em decadência e mergulha na promiscuidade e no abuso de drogas, o que resulta em um final trágico para o personagem. O alienígena é uma espécie de alter ego de Bowie, que viu a necessidade de acabar com o personagem, já que as personalidades estavam se misturando.

Musicalmente, o disco incorpora uma sonoridade puxada para o glam rock e o proto-punk, influência direta de nomes como The Stooges, T.Rex e Velvet Underground. O álbum ainda abre espaço para outros gêneros musicais como pop, jazz e punk, mostrando como Bowie era um artista completo e com inúmeras referências. A obra é responsável por dar ainda mais visibilidade para o cantor, além de dar origem a um dos principais personagens da música pop. Um trabalho que continua influente até hoje e é essencial para conhecer David Bowie.

Heroes (1977)

Imagem: Reprodução \ rca

O segundo disco da famosa trilogia Berlim, Heroes, da continuidade ao trabalho iniciado em em Low (1977) e que terminaria em Lodger (1979), contando com a colaboração de Brian Eno e produção de Tony Visconti. Gravado no estúdio Hansa Tonstudio, Heroes tem um tom mais positivo em relação ao seu antecessor, que prezava por uma atmosfera melancólica e experimental. Porém, Bowie não deixou de prestar homenagem as suas influências de Krautrock, fazendo referência a banda Neu! no título do álbum, e sendo inspirado pela banda Kraftwerk na faixa V-2 Schneider.

A capa do disco é uma das mais icônicas na discografia do artista e do mundo da música. Tirada pelo fotógrafo japonês Masayohsi Sukita, a foto da capa é uma referência às pinturas Roquairol e Young Man, do artista alemão Erich Heckel, que também influenciaram a capa do álbum The Idiot, do cantor Iggy Pop,, lançado no mesmo ano. A faixa título é uma das canções mais emblemáticas de David Bowie, aparecendo em filmes e séries, apresentando o cantor para diferentes gerações.

Let’s Dance (1983)

Imagem: Reprodução \ EMI RECORDS E VIRGIN RECORDS

Atingindo um sucesso estrondoso e se tornando o álbum mais vendido de David Bowie, Let’s Dance mostrou o lado new wave, disco e dance-rock do músico. Com coprodução de Nile Rodgers, do Chic, o trabalhou catapultou a carreira do artista, com Let’s Dance alcançando o número 1 nas paradas britânicas. Modern Love e China Girl (uma nova versão da faixa escrita em parceria com Iggy Pop para o disco The Idiot) também alcançaram grande sucesso nas paradas musicais.

Apesar de ter sido um sucesso de vendas, Let’s Dance recebeu críticas divididas, com veículos elogiando e achando a obra genial, enquanto outros consideravam o trabalho comercial e superficial demais. O próprio Bowie não conseguiu lidar muito bem com o sucesso da obra, tendo uma baixa criativa em sua carreira após o lançamento do álbum. Mesmo focado na new wave e disco, Let’s Dance tem camadas de blues-rock em suas canções, o que deixa tudo ainda mais interessante e mostra como o artista consegue explorar diferentes gêneros em um único trabalho.

Blackstar (2016)

Imagem: Reprodução \ Columbia e sony

A despedida de David Bowie. Blackstar foi lançado no dia 8 de janeiro de 2016, quando o artista completou 69 anos. O músico viria a falecer dois dias após o lançamento do álbum, pegando todos de surpresa, já que sua doença não tinha vindo a público. Bowie já tinha planejado o disco como um presente de despedida para seus fãs, o que torna a obra ainda mais especial e significativa. Coproduzido por Tony Visconti, Blackstar apresenta uma sonoridade calcada no jazz e na música experimental, trazendo também elementos de hip-hop, rock industrial e rock experimental.

Tentando evitar uma sonoridade voltada para o rock, as principais influências de Bowie durante a gravação do álbum foram artistas como o rapper Kendrick Lamar, o grupo de hip-hop experimental Death Grips e o duo eletrônico Boards of Canada. Isso mostra como Bowie era antenado e sempre trazia novas referências para suas obras. O álbum se tornou um dos destaques na discografia do cantor, com singles intensos como Lazarus e Blackstar. Um trabalho necessário para conhecer David Bowie, já que é o seu canto do cisne e uma despedida a altura de um músico com importância de Bowie.

Os fãs do camaleão do rock agora podem comemorar. A editora Belas Letras lançou o livro definitivo sobre o rockstar alienígena vivido pelo cantor. “David Bowie: A Construção de Ziggy Stardust”, chega em português pela primeira vez no Brasil. O livro é um mergulho nas influências que deram origem ao personagem, além de contar detalhadamente sua carreira em nosso mundo. A obra chega com um kit limitado e exclusivo, com brindes de outra galáxia. Um item obrigatório na coleção de qualquer fã de David Bowie.

imagem: divulgação belas letras

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