A beleza de uma horta em vasos, um aprendizado diário

A beleza de uma horta em vasos, um aprendizado diário

Pare por um momento e pense em um ambiente relaxante. Provavelmente, havia alguma árvore, planta ou outro elemento da natureza nele, não é mesmo? O contato com o verde, com as flores e o ar puro faz tão bem que, nesta pandemia, muitas pessoas têm buscado maneiras de trazer um pouco disso para dentro de casa. Sempre estive rodeada de plantas, folhagens e flores. Gerânios, espadas-de-são-jorge, samambaias… Mas fazia certo tempo que não plantava. Assim, neste desafio de aniversário da Belas Letras, quando somos incentivados a fazer algo novo, resolvi começar uma pequena horta em vasos.

Um vaso de manjericão, um de cebolinha e um de rúculas. Com o manjericão, adquiri uma muda e troquei por um vaso um pouco maior. No caso da cebolinha e das rúculas, fiz o processo completo: optei por plantar as sementes para acompanhar toda a germinação. Como qualquer iniciante que depara com um assunto relativamente novo, ao pesquisar encontrei uma série de informações e termos próprios. Argila expandida, casca de pínus, meia-sombra, sol pleno e tantos outros. Um vocabulário completo.

Tenho aprendido muito com os vídeos do canal do YouTube Minhas Plantas, da jardineira Carol Costa. Algo que me surpreendeu muito foi saber que – segundo conta a especialista – o principal motivo de as plantas de dentro de casa morrerem não é cuidado inadequado ou pouca água, e sim falta de luz. Ela diz que recebe centenas de perguntas por dia de pessoas com plantas frágeis, e quando pede para ver uma imagem da planta e do ambiente em que ela está, constata que o local é escuro demais. Assim, procurei deixar meus vasos em um ambiente bem iluminado, que pegasse sol especialmente pela manhã.

A quantidade certa de água foi outra descoberta. Iniciantes geralmente procuram por fórmulas prontas. Manuais que digam: regar tantas vezes por semana. Com as plantas, não é bem assim, na maioria das vezes não há receitas. É preciso colocar os dedos na terra e sentir se elas precisam de água. Dedos sujos, sinal de que estão bem hidratadas; dedos secos indicam que é hora de regar. Mais interessante do que pensar que daqui a algumas semanas, se der tudo certo, a salada vai ter um toque caseiro, é acompanhar a cada manhã o progresso de cada planta, ver os pontinhos verdes surgirem e constatar que há vida ali. Muitas vezes, de um dia para o outro já se percebe uma pequena diferença. Alguns milímetros de verde a mais. Dedicar um tempo para cuidar daquelas plantas é recompensador.

Uma série de estudos científicos já comprovou o quanto as plantas contribuem com o bem-estar e também com a produtividade. Escritórios têm acrescentado cada vez mais plantas ao ambiente, assim como muitos que aderiram ao home office. Arquitetos também têm pensado mais no espaço das folhagens na hora de elaborar projetos. Seja pela beleza, seja pelo bem-estar que elas proporcionam, a onda verde tem ganhado força. O movimento levou até um apelido: urban jungle.

Dizem que quem começa a plantar não para mais e os vasos se multiplicam dentro de casa, especialmente neste momento de novos hábitos que estamos atravessando. Estou para comprovar que essa teoria é verdadeira. Já tenho mais um pacote de sementes fechado, à espera da época do ano adequada para plantar aquela espécie que se desenvolve melhor no verão. Cada dia aprendemos um pouco mais.

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